O Bordado de Castelo Branco tem características que o tornam único e distinto entre os bordados portugueses: os motivos têm uma estética que corresponde a uma gramática visual própria. A intensidade das cores e a luz é conferida pelos fios de seda, bordados sobre a base de linho artesanal cru.
O Cravo aparece como elemento dominante, espalmado ou de lado, de pétalas separadas e rebordos denteados, é flor resistente, ereta, símbolo da provocação, da virilidade.
A peónia, o lótus, o crisântemo e o botão de ameixieira , muito populares na civilização chinesa, associadas respectivamente à Primavera, Verão, Outono e Inverno, são flores que vulgarmente podem ser observadas no Bordado. A Primavera é representada também pela magnólia. A peónia sugere ainda, a salvação, a castidade. O lótus, espécie de nenúfar azul, na iconografia budista chinesa significa pureza.
A túlipa , flor recorrente no Bordado de Castelo Branco, existia com abundância nos jardins palacianos do país, principalmente nos da corte, e sujeita a grande reserva para evitar que a sua popularização lhe retirasse o carácter aristocrático tornou-se símbolo de riqueza e ostentação.
A representação dos motivos florais é imensa, numa variedade de formas que por vezes de tão acentuadamente estilizadas e complexas são difíceis de identificar, (...)
Os desenhos/motivos tem uma simbologia própria que o observador é convidado a descobrir: a Árvore da Vida, os pássaros, os cravos, as rosas, os lírios, as romãs ou os corações – todos com um perfil claramente exótico. Estas características do Bordado de Castelo Branco foram transpostos para o urbanismo, sendo observáveis quer nas calçadas, como nos edifícios, tornando-se assim num dos símbolos da cidade. Este bordado regional de grande efeito decorativo emprega-se em naperons, almofadas, quadros e colchas. É bordado a seda sobre linho.
Modo de execução: Com o fio de seda enfiado na agulha, passando as linhas ao alto a (linha nunca passa pelo avesso). Depois da folha cheia ( só pelo direito) passa-se a linha a cruzar e seguram-se com uns pontinhos. Há quem faça os pontinhos de cruzar, ficando paralelos e não desencontrados. Além deste ponto também se fazem outros como cheio, nózinhos, cadeia, pé de flor, ponto de folha e tantos outros:
As Colchas de Castelo Branco são peças únicas que valem por si, pela originalidade da sua expressão artística. Ainda hoje se produzem estas belíssimas peças e o trabalho envolvido é moroso e complexo.
Devido à sua beleza e orgulho que dá à cidade de Castelo Branco, já há prédios pintados com os seus motivos.
Nos dias que correm são cada vez menos as pessoas que querem aprender estas técnicas tão "nossas", que lhe dão valor, que as estimam... Contudo, posso assegurar-vos que a sua beleza , sem ser em fotos, é enorme.
Gostaria de saber se ainda dá aulas de bordado de Castelo Branco.
Tenho um começado e agora não sei acabá-lo.
É uma árvore da vida.
Boa tarde! Só hoje vi o seu comentário no meu blog.
Pois dou aulas de bordados de Castelo branco na Universidade Sénior do seixal. Se quiser pode inscrever-se. Tem o site da Unisseixal para saber pormenores.